20/10/2013

Descoberta de proteína cerebral pode ajudar quem tem esquizofrenia e transtorno bipolar

Os distúrbios mentais afetam pensamentos, emoções e a capacidade de compreensão. Mas ainda não é compreendido totalmente pela ciência como são desencadeadas no cérebro patologias como o transtorno bipolar e a esquizofrenia. Um trabalho desenvolvido pelo Instituto Virginia Tech Carilion, nos Estados Unidos, pode ajudar a desvendar esses mistérios. Uma equipe de pesquisadores descobriu que a proteína cerebral Rap1 regula a ação das moléculas de cálcio tipo L, que são responsáveis por fazer com que as células nervosas “conversem” entre si.

Na experiência, Alexei Morozov e a equipe liderada por ele eliminaram o gene responsável por codificar a proteína Rap1 para que ela não passasse mensagens aos canais de cálcio tipo L. O resultado esperado foi detectado, levando os cientistas a confirmarem que a proteína Rap1 é responsável pela supressão desses canais e pela ativação deles apenas nos momentos adequados. “É importante salientar que já se tinha conhecimento de que o bloqueio desses canais iônicos inibe a formação da memória de longo prazo e que os canais de cálcio tipo L são ativados em resposta à aprendizagem. O que não se sabia era como a ativação dos canais tipo L era controlada”, destaca Morozov.

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Segundo o pesquisador, mutações genéticas que afetam os canais de cálcio do tipo L aumentam as chances do surgimento do transtorno bipolar e da esquizofrenia. “Isso sugere que pode haver uma relação entre a ativação desses canais e esses distúrbios psiquiátricos. Entender como esses pontos do cérebro são controlados é o primeiro passo para determinar como o funcionamento deles ou a existência de defeitos neles afeta a saúde mental”, enfatiza.

Microscópios eletrônicos de varreduras foram utilizados pelos cientistas para visualizar os canais do tipo L durante as sinapses. Ao analisá-las, eles descobriram que, sem a Rap1, eles ficavam mais ativos e abundantes durante a transmissão de impulsos nervosos entre os neurônios, condição que aumenta a liberação de neurotransmissores. “Tenho trabalhado na proteína Rap1 por muitos anos. Agora, essa descoberta de neurotransmissores que podem estar ligados a doenças como o transtorno bipolar e a esquizofrenia ajuda a compreender as origens dos distúrbios e, possivelmente, a encontrar melhores tratamentos”, aposta Morozov.

Cautela
O neurologista Cláudio Carneiro, do Hospital Santa Lucia, em Brasília, porém, é mais cauteloso ao avaliar o estudo americano. “Na pesquisa, é possível observar que o gene que codifica a proteína Rap1 foi inibido como forma de saber quais conexões eram feitas entre as células e a influência que elas exercem no canal de cálcio tipo L. Cabe destacar que é necessário um estudo aprofundado para se certificar de que, realmente, as doenças psiquiátricas são influenciadas por essas mensagens no cérebro.”

Sobre a formação de memória a longo prazo, Carneiro esclarece que doenças como o Alzheimer não poderiam ter tratamento resolutivo, pois ela comprometem, primeiramente, as memórias precoces. Mas o especialista evidencia que o estudo pode ser o início da descoberta de medicamentos mais eficazes contra outras patologias. “As pesquisas genéticas aproximam cada vez mais o cérebro e o comportamento humano. No campo neurológico, os exames como a tomografia e o eletroencefalograma são necessários para a investigação e a avaliação do cérebro, mas desordens de comportamento devem ser levados ao diagnóstico clínico, com a discussão dos sintomas com o médico”, afirma.

O neurologista Ronaldo Maciel, do Hospital Santa Luzia, em Brasília, também acredita que o estudo americano abre portas para novos tratamentos. “Já foi constatado que os sintomas psicológicos têm relação orgânica, o que se espera é que sejam identificadas as causas específicas para que possam ser oferecidos medicamentos à não evolução das doenças”, avalia.

Análise clínica

O psiquiatra José Alberto Del Porto, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), esclarece que o diagnóstico de transtornos mentais é clínico, mas estudos de imagens cerebrais em estágios avançados da doença aumentam a confiabilidade do parecer médico. Ele explica que o transtorno bipolar e a esquizofrenia têm, seguramente, características hereditárias bastante importantes. “São o que chamamos de genes homozigóticos, quando se tem a avaliação de que a pessoa poderá ou não desenvolver a doença”, afirma.

Alexei Morozov é entusiasta com a descoberta do caminho de sinapses entre a Rap1 e o canal de cálcio tipo L. “Nosso próximo passo é obter uma melhor compreensão das bases moleculares de doenças psiquiátricas. Tal conhecimento poderá percorrer um longo caminho, mas será necessário para o desenvolvimento de novos métodos terapêuticos.”



A influência dos hábitos

“Já foi documentado que as doenças mentais podem ser decorrentes de cargas genéticas, mas alguns hábitos podem influenciar a desenvolver um transtorno. No caso da esquizofrenia, indivíduos predispostos à doença podem sofrer com o problema ao usar maconha, por exemplo. As drogas têm relação direta com pessoas predispostas ao aparecimento de transtornos mentais, mas outros fatores devem ser considerados, como o estilo de vida e traumas psicológicos. Para o diagnóstico, são avaliadas as consequências negativas que os distúrbios trazem às pessoas, especialmente no convício social. No quesito tratamento, os casos são avaliados isoladamente. No Brasil, já é oferecido gratuitamente antipsicóticos ativos, que ajudam a conviver bem com o problema.”

José Alberto Del Porto, professor de psiquiatria na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Fluxo iônico

Os sinais elétricos que viajam saltando de neurônio para neurônio, a chamada sinapse, permitem a troca de impulsos nervosos e neurotransmissores químicos. O lançamento desses produtos químicos é causado pelo fluxo de átomos carregados eletricamente por meio de um subconjunto especial de canais iônicos, conhecidos como canais de cálcio. Um único neurônio pode ter milhares de sinapses.

Fonte:
http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2013/07/24/noticia_saudeplena,144105/descoberta-de-proteina-que-regula-conversa-entre-neuronios-pode-ajud.shtml

Postado por:
Dr. Erickson Danilo Padovani
Médico Residente - Neurologia
CRM-PR 29559
http://lattes.cnpq.br/2328653140728586

17/10/2013

18 de Outubro - Dia do Médico


"Quando nascemos, recebemos diferentes missões. A sua missão é de salvar vidas! Pelo talento de suas mãos, transforma todo homem em bonança. Sua alma não se contém diante do desespero de uma criança ou de um idoso. Por isso, você vai operando milagres, trazendo esperança acorações desesperançados. Falar de seu ofício de médico não é fácil. Existem muitas dificuldades e seu trabalho é incansável. Sabemos que você o faz por amor ao ser humano, altruísta sempre. Não há tempos, nem momentos para fazer o bem, por isso, devemos a você nossa saúde. Você não escolhe dia para exercer a sua profissão. Para você, todo dia é dia de salvar vidas. Por isso, seremos sempre gratos e rendemos nossas homenagens. Nosso sincero agradecimento de quem sabe que, sem você, nossa vida não seria tão feliz.

 Feliz dia do médico!"