09/01/2014

Fratura de Rádio Distal

Estou revisando algum material que desenvolvi enquanto acadêmico de medicina, e resolvi compartilhar alguma coisa aqui, visando divulgar informação.

FRATURA DE RÁDIO DISTAL

            A fratura do rádio distal está entre as mais comuns da extremidade superior. Pode ter as denominações de fratura de Colles, quando o fragmento distal desvia em direção dorsal ou fratura de Smith, quando o fragmento desvia em direção volar.



            O diagnóstico clínico pode ser feito pela presença local de dor, edema, deformidade e impotência funcional da mão e do punho após o trauma. O exame radiografico em duas incidências, ântero-posterior e perfil faz o diagnóstico. O tratamento depende do tipo da fratura e da idade do paciente.

            No grupo de pacientes “em crescimento”, com fise aberta, o tratamento geralmente é não-cirurgico. A grande remodelação óssea perto da placa epifisária e o fato de o desvio ocorrer no mesmo plano do arco de movimentação da articulação radiocárpica reforçam a aceitação de pequenos desvios. A redução da fratura e sua manutenção são realizadas sem dificuldade pela integridade do periósteo. A imobilização gessada é axilopalmar por 4 a 6 semanas. O tratamento cirúrgico é muito raro e indicado quando ocorrer perda da redução, por métodos fechados, fraturas expostas, fraturas cominutas intra-articulares e síndrome compartimental ou compressão aguda do túneo do carpo.

            Em paciente adulto, o tratamento depende do tipo da fratura. Nas fraturas sem desvio extra-articular, o tratamento é imobilização gessada braquiopalmar. Nas fraturas extra-articulares com desvio, redutíveis e estáveis, o tratamento é a redução incruenta e a imobilização gessada braquiopalmar por 4 semanas e antebraquiopalmar por mais 2 semanas. 

Nas fraturas extra-articulares e com desvio, redutíveis e instáveis, o procedimento é a redução incruenta e a fixação cirúrgica da fratura com fios percutâneos. Na fratura extra-articular com desvio e irredutível, o tratamento é cirúrgico com redução aberta e fixação interna da fratura. Nas fraturas articulares e sem desvio, o tratamento é a simples imobilização gessada por 5 a 6 semanas. 

As fraturas intra-articulares com desvio, redutíveis e estáveis, têm indicação de redução fechada e fixação com fios percutâneos e/ou fixador externo. Nas fraturas intra-articulares com desvio, irredutíveis, o tratamento é a redução aberta e a estabilização com fixador externo ou placa e parafusos.


Complicações: consolidação viciosa, disfunção do nervo mediano, artrose radiocárpica, rigidez articular, ruptura tendinosa e distrofia simpático-reflexa.

AUTOR:
Erickson Danilo Padovani
Médico - CRMPR29559

Nenhum comentário:

Postar um comentário